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QUALIDADE DOS ORIXÁS - EXÚ

QUALIDADES DO ORIXÁ EXÚ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sobre a multiplicidade dos Orixás

 

Vamos separar a qualidade como é chamada no Brasil e em Portugal (em Cuba chama-se caminhos), dos títulos e de nomes tirados de cantigas como insistem pseudo sacerdotes.

 

Já sabemos que os orixás são venerados com outros nomes em regiões diferentes como:

 

Iroko (Yoruba), Loko (Gege), Sango (Oyo), Oranfe (Ife), e isso torna o culto diferente.

 

Temos também o segundo nome designando o seu lugar de origem como Ogun Onire (Ire), Osun Kare (Kare),etc, também temos os orixás com outros nomes referentes às suas realizações como Ogun Mejeje que se refere às lutas contra as 7 cidades antes de invadir Ire, e Iya Ori, a versão de Yemanja como dona das cabeças, etc.

 

Há portanto uma caracterização variada das principais divindades, ou seja, uma mesma divindade com vários nomes e, é isso que multiplica os orixás no Brasil e em Portugal.

 

Vamos começar com Exu o terceiro orixá criado por Olorun da junção terra/água/hálito, ele possui a função de executor, observador,
mensageiro, líder, etc.

 

Alem dos nomes citados aqui, que são epítetos e nomes de cidades onde há o seu culto, ele será batizado com outros nomes no momento do seu assentamento, ritual especifico e odu do dia.

 

Os 16 múltiplos de Exú

 

Exú Yangui: a laterita vermelha, é a sua múltipla forma mais importante e que lhe confere a qualidade de Imolê ou divindade nos ritos da criação.

                    Exú ligado a antigas e grandes sacerdotizas de Oxun.

 

Exú Agbà: o ancestral, epíteto referente à sua antiguidade.

 

Exú Igbá ketá: o exú da terceira cabaça

 

Exú Okòtò: o exú do carocol, o infinito.

 

Exú Oba Babá Exú: o rei pai de todos os Exús

 

Exú Odàrà: o senhor da felicidade ligado a Orinxa’Lá

 

Exú  Òsíjè: o mensageiro divino

 

Exú Elérù: o Senhor do carrego ritual.

 

Exú Enú Gbáríjo: a boca coletiva dos Orixás.

 

Exú Elegbárà: o senhor do poder mágico

 

Exú Bárà: o senhor do corpo

 

Exú L’Onan: o Senhor dos caminhos

 

Exú Ol’Obé: o senhor da Faca

 

Exú El’Ébo: o Senhor das oferendas

 

Exú Alàfìá: o Senhor sa satisfação Pessoal

 

Exú Oduso: o Senhor que vigia os Odús.

 

Exús que acompanham vários Orixás.

 

Exú Akesan: acompanha Oxumaré, etc

 

Exú Jelu ou Ijelu: acompanha Osolufun.

 

Exú Ína: responsável pela cerimónia do Ipade regulamentando o ritual.

 

Exú Ònan: acompanha Oxun, Oyá , Ogun, responsável pela porteira do Ketu.

 

Exú Ajonan: tinha o seu culto forte na antiga região Ijesa.

 

Exú Lálú: acompanha Odé, Ogun, Oxalá, etc

 

Exú Igbárábò: acompanha Yemanjá, Xangô, etc

 

Exú Tìrírí: acompanha Ogun

 

Exú Fokí ou Bàra Tòkí: acompanha Oyá e vários orixás

 

Exú:Lajìkí ou Bára Lajìkí: acompanha Ogun, Oyá e as posteiras.

 

Exú Sìjídì: acompanha Omolú, Nanã, etc

 

Exú Langìrí: a companha Osogiyan

 

Exú Álè: acompanha Omolú

 

Exú Àlákètú: acompanha Oxóssi

 

Exú Òrò: acompanha Odé, Logun

 

Exú Tòpá/Eruè: acompanha Ossayin

 

Exú Aríjídì: acompanha Oxun

 

Exú Asanà: acompanha Oxun

 

Exú L’Okè: acompanha Obá

 

Exú Ijedé: acompanha Logun

 

Exú Jinà: acompanha Oxumarè

 

Exú Íjenà: acompanha Ewá

 

Exú Jeresú: acompanha Obaluaiye

 

Exú Irokô; acompanha Iroko

 

 

DIA: Segunda-feira.

CORES: Preto (ou seja, a fusão das cores primárias) e vermelho.

SÍMBOLOS: Ogó de forma fálica, falo erecto.

ELEMENTOS: Terra e fogo.

DOMÍNIOS Sexo, magia, união, poder e transformação.

SAUDAÇÃO Laroié!

 

 

Exu (Èsù) é a figura mais controversa do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da transformação.

 

Deus da terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana.

 

Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia.

 

Muitas são as confusões e equívocos relacionados com Exu, o pior deles associa-o à figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a maldade, para a perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos.

 

Na realidade, Exu contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano.

 

Exu não é totalmente bom nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra.

 

O maniqueísmo, próprio das grandes religiões monoteístas, não se aplica ao Candomblé, muito menos a Exu.

 

A cultura africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e mal; sabe-se aqui que o bem de um pode perfeitamente ser o mal de outro, portanto, cada um deve dar o melhor de si para obter tudo de bom na sua vida, sempre cultuando, agradando e agradecendo a Exu, para que ele seja, no seu quotidiano, a manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade.

 

Exu é o orixá que entende como ninguém o princípio da reciprocidade, e, se agradado como se deve, saberá retribuir; quando agradecido pela sua retribuição, torna-se amigo e fiel escudeiro.

 

No entanto, quando esquecido é o pior dos inimigos e volta-se contra o negligente, tirando-lhe a sorte, fechando-lhe os caminhos e trazendo catástrofes e dissabores.

 

Exu é a figura mais importante da cultura iorubá.

 

Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumaré.

 

Exu fala toda as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens.

 

Exu é o dono do mercado, o seu guardião, por isso todo o comerciante e aqueles que lidam com venda devem agradar a Exu.

 

As vendedoras de acarajé, por exemplo, oferecem sempre o primeiro bolinho a Exu, atirando-o à rua, não só para vender bem, mas também par afastar as perturbações, evitar assaltos etc., ou seja, para que Exu seja de facto um guardião e proteja o seu negócio.

 

É importante ressaltar que Exu não tem amigos nem inimigos.

 

Exu protege sempre aqueles que o agradam e sabem retribuir os seus favores.

 

Exu foi a primeira forma dotada de existência individual.

 

Não se sabe ao certo a sua região de origem em África, pois em todos os reinos se presta culto a Exu.

 

Sabe-se, no entanto, que chegou a ser rei de Kêtu.

 

Exu renasceu várias vezes e a sua história revela que é filho de Orunmilá ou de Oxum, dependendo do momento em que renasce.

 

Características dos filhos de Exu

 

Os filhos de Exu são alegres, sorridentes, estão sempre de bem com a vida, são ambiciosos, extrovertidos, espertos, inteligentes, atentos.

 

Sabem como ninguém ser sociáveis e diplomáticos, pois conhecem o valor de uma boa amizade, fazem questão de manter o maior número possível de amigos.

 

Rapidamente, os filhos de Exu se tornam pessoas populares, amadas por uns, odiadas por outros.

 

Extremamente dinâmicos, os filhos deste orixá não se desanimam nunca, mantêm sempre a certeza de que as coisas, mais cedo ou mais tarde, acabam por mudar a seu favor.

 

Pessoas com impressionante facilidade de comunicação, boa lábia, com charme conseguem tudo o que querem.

 

Irónicas e perigosas, costumam manter uma vida sexual bastante agitada, sem pudores.

 

São pessoas extremamente rápidas, que não pensam: fazem.

 

Os filhos de Exu possuem uma facilidade impressionante para entrar e sair de confusões, são do tipo que arma a bagunça, sai ileso e ainda se diverte com as consequências.

 

Esquecem facilmente as ofensas, não guardam rancor, mas não perdem a oportunidade de se vingar.

 

Gostam da rua, das festas e das conversas intermináveis, comportamento próprio de um orixá que é só alegria.

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