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BAIANOS E BAIANAS

BAIANOS E BAIANAS

 

A Linha dos Baianos da Umbanda engloba espíritos de antigos Sacerdotes da Bahia e de outras regiões, tendo a Regência direta do Orixá Yansã. Também tem uma ligação com os Orixás Oxalá e Oyá-Tempo, já que seu Arquétipo (Sacerdotes) diz respeito a questões da Fé e da Religiosidade.

Esta Linha foi criada justamente para homenagear os antigos Pais e Mães no Santo da Bahia, que foram os primeiros a trabalhar, e muito, para a preservação e a divulgação do culto aos Orixás em nosso país e enfrentando, à época, toda sorte de dificuldades e preconceitos.

A Linha engloba espíritos voltados para a missão sacerdotal ligados não são à Bahia, mas a todo o Nordeste do nosso país. Muitos viveram ou passaram parte de sua vida em Estados dessa região, em contato com os Mestres do Catimbó e da Pajelança.

Manifestam-se de forma alegre e movimentada e gostam de uma boa conversa. São firmes, parecem “feitos de fé”. E não se cansam de louvar “o Senhor do Bonfim”…

O Povo Baiano vem ao Terreiro para nos trazer seu axé, sua energia positiva, e têm muito a nos ensinar, sempre com uma resposta certeira e rápida para as nossas dúvidas e questionamentos.

Na sua forma de trabalhar, trazem muito das Qualidades de Mãe Yansã: são bastante ativos, movimentadores, irrequietos, despachados e descontraídos. Sua dança tem movimentos característicos, com gingados, “pisadas” e giros que dissolvem as energias densas acumuladas no ambiente e nas pessoas.

Também são bons orientadores e doutrinadores, porque a missão sacerdotal do seu Arquétipo tem ligação com Pai Oxalá e Mãe Oyá-Tempo (Fé e Religiosidade). Sabem ouvir, dar bons conselhos e levantar o ânimo dos entristecidos. Neste caso, conversam bastante, falando baixo e mansamente, transmitindo conforto e segurança ao consulente. São consoladores por natureza.

Os Baianos nos contagiam com suas energias de alegria e de firmeza e nos ensinam a perseverar diante dos obstáculos, através da sua magia peculiar e das suas brincadeiras sadias. Médiuns introspectivos, quando incorporados de seu Baiano (ou Baiana) acabam se libertando e demonstrando alegria e descontração.

E todos nós podemos aprender com os Baianos. Seu magnetismo é forte. São “decididos” ao ponto de nos fazer sentir mais leves e animados. O que nos leva a tomar um novo rumo na vida e a obter conquistas espirituais e materiais.

Os Baianos nos ensinam muitas coisas. Seu magnetismo, entre outras coisas, estimula cada pessoa a não estagnar diante dos problemas, a não lastimar, mas agradecer pela vida e ir em frente; a confiar em si e na Providência Divina e montar um plano de ação para começar a resolver pendências; a cuidar bem de si mesmo, manter bons sentimentos e pensamentos firmes, através de orações, banhos, rezas etc. (reza de Baiano é infalível!…); não olhar só “pro umbigo”, ou seja, fazer alguma coisa em benefício dos mais necessitados, e lembrando que a maior ajuda é saber ouvir com respeito, dar uma boa palavra, fazer uma oração na intenção do necessitado; etc.

Por outro lado, os Baianos admiram a disciplina e a organização dos trabalhos. Sabem “dar disciplina” de forma direta, quando preciso, até porque a Linha tem a Regência de Mãe Yansã. São poderosos aliados da Umbanda e nos ajudarão em tudo o que for permitido pela Lei Divina. Mas desde que a pessoa não tenha má índole. Porque Baiano “não tem osso na língua” e diz o que tem a dizer, quer a gente goste ou não. Seu objetivo é nos ajudar a manter uma conduta reta na vida, para que a Lei e a Justiça Divinas nos amparem. Baiano é alegre, Baiano brinca. Mas também sabe falar sério, e nessas horas não corta caminho, vai direto ao ponto…

Bons conhecedores da Magia, eles atuam fortemente na quebra de magias negativas, na desobsessão e na limpeza energética.

Suas oferendas podem ser feitas ao pé de um coqueiro ou palmeira, ou então no ponto de força do Orixá que os rege mais especificamente.

Preferem os colares feitos de pedaços de coco seco e/ou de coquinhos e/ou de sementes (olho de boi, olho de cabra). Alguns intercalam búzios, pedras e mesmo contas de porcelana ou de cristal.

 

 

ORIGEM DA LINHA DOS BAIANOS NA UMBANDA

 

No Astral se organizaram, pouco a pouco, as Linhas de Trabalho Espiritual da Umbanda, a partir dos arquétipos do povo brasileiro. A de Caboclo homenageava o guerreiro nativo e forte, conhecedor da Natureza, corajoso; a de Preto Velho destacava a sabedoria, paciência, bondade e humildade dos anciãos que vieram da Mãe África; a das Crianças nos remetia à pureza infantil e à necessidade de despertá-la em nosso íntimo, bem como à valorização da infância e dos seus cuidados.

Novas Linhas foram se apresentando gradualmente, inclusive respondendo às mais novas e crescentes necessidades do nosso meio, já que toda essa estrutura de Trabalho Espiritual da Umbanda está voltada para a evolução da nossa humanidade e dos seres afins com a nossa realidade. Os Regentes Planetários fizeram por acompanhar as mudanças do nosso meio social e atender às necessidades humanas e, principalmente, humanitárias que delas emergiam. E não poderia ser de outra forma, pois a Umbanda é uma religião BRASILEIRA e reflete os valores culturais e religiosos do nosso povo.

 

Assim, a cada Gira de Umbanda manifestam-se as diferentes qualidades, habilidades e saberes ancestrais desse nosso povo multicultural.

 

A Linha dos Baianos, também chamada “Povo da Bahia”, traz uma referência ao início da descoberta do país, à colonização e às origens de um povo que é “a cara do Brasil”.

 

A Bahia e seu povo sintetizam o grande “caldeirão” de diversidades que é o Brasil, seja quanto às origens dos povos que aqui vivem e convivem pacificamente, seja quanto aos seus valores culturais e religiosos etc. Com efeito, o povo baiano é fraterno, universalista, devoto, fervoroso, persistente, alegre, festeiro, cheio de ginga, de ritmo e magia. E a Linha reflete tudo isso.

 

De maneira organizada, como uma Linha de Trabalho efetiva, os Baianos surgem a partir da década de 50, com a industrialização dos grandes centros, e especialmente em São Paulo. Isto se intensifica na década de 60, com a maior onda de migrações provenientes da grande seca que acometeu o Nordeste brasileiro.

 

Nas décadas de 50 e 60, ao mesmo tempo em que a Umbanda se firmava em São Paulo, crescia o fluxo migratório do Nordeste, que acabou por transformar a cidade numa das maiores metrópoles do mundo. Nesse grande fluxo destacaram-se os Nordestinos que vieram para trabalhar na construção civil e na indústria automobilística, então em franca expansão.

 

Popularmente, na cidade de São Paulo o Nordestino sempre foi associado ao trabalho duro, à pobreza e ao analfabetismo, restando-lhe os bairros mais periféricos e as regiões mais precárias para morar. Com todos os problemas decorrentes do exagerado crescimento populacional, sempre se buscou um “culpado”; e todos se voltaram contra o “intruso”, o “ignorante” Nordestino. Todo Nordestino passou a ser chamado de “baiano”, mas com um caráter discriminatório terrível, pejorativo e negativo.

 

No entanto, nos Terreiros de Umbanda paulistas a Linha dos Baianos conseguiu alcançar grande popularidade. A Umbanda sempre se caracterizou por abrigar espíritos de diversas correntes, de modo que essas Entidades “Nordestinas” foram sempre muito bem acolhidas. O caráter de luta e irreverência do Nordestino migrante parece ter sido o fator mais importante para sua aceitação dentro dos Terreiros.

 

Sob esse aspecto social, a Linha dos Baianos reflete também o arquétipo do rural migrado e já adaptado à zona urbana; e vai servir de ponte para os migrantes, através de sua semelhante identidade. Num primeiro momento talvez, os consulentes de origem Nordestina foram os que mais se identificaram com o jeito despojado e alegre desses Espíritos “conterrâneos”. Pouco a pouco, pessoas de todas as origens se deixaram envolver pelo carisma e o magnetismo dessas Entidades.

 

A Linha dos Baianos se manifesta desta forma justamente para ter um canal de aproximação, uma ponte de contato conosco, remetendo nosso pensamento a um arquétipo: o de um povo cujas lutas, sofrimentos e superações nós bem conhecemos e admiramos.

 

 

NOMES DE BAIANOS E BAIANAS DA UMBANDA

 

 

 Salve o povo Baiano – Salve a Bahia de Todos os Santos!

 

 

Nomes de Baianos na Umbanda

 

Baiano Severino

Baiano dos Sete Cocos

Chico Baiano

Januário

Joaquim Baiano

João Baiano

João do Coqueiro

Juvenal

Juvêncio

Mané Baiano

Serafim

Simão do Bonfim

Zeca do Côco

Zé Pereira

Zé Pretinho

Zé Tenório

Zé da Estrada

Zé da Estrada

Zé da Lua

Zé do Berimbau

Zé do Côco

Zé do Ouro

Zé do Prado

Zé dos Trilhos

Zézinho Baiano

Zé Baiano

 

 

Nomes de Baianas da Umbanda

 

Baiana Rosalva

Baiana da Estrada

Baiana da Palmeira

Baiana da Praia

Baiana dos Cocos

Baiana dos Sete Nós

Chica Baiana

Jacinta

Juvência

Maria (ou Baiana) do RosárioMaria Baiana

Maria Fulô, Januária

Maria Mulata

Maria da Cruz

Maria das Candeias

Maria do Balaio

Maria dos Anjos

Maria dos Remédios

Quitéria

Raimunda

Rosa Baiana

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