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QUALIDADE DOS ORIXÁS - OXUMARÊ

QUALIDADES DO ORIXÁ OXUMARÊ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Oxumaré é o Orixá do arco-íris e da transformação.

 

É o Orixá das adivinhações, grande feiticeiro, babalawo e curador.

 

Tem dupla representação, hora como arco-íris, hora como o homem serpente.

 

Traz nas mãos duas cobras de metal amarelado ou branco, representa o lado masculino e feminino, dependendo do caminho.

 

A sua saudação: A Run Boboi!!!, quer dizer: Vamos cultuar o intermediário que é elástico.

 

Qualidades nagô/vodun

 

Dan – Vodun conhecido e cultuado no ketu com o nome de Oxumare, é a cobra que participou da criação.

          É uma qualidade benéfica, ligada à chuva, à fertilidade e à abundância; gosta de ovos e de azeite de dendê.

          Como tipo humano, é generoso e até perdulário.

 

Vodun Dangbé – É um Oxumaré mais velho que seria o pai de Dan; governa os movimentos dos astros.

                          Menos agitado que Dan, possui uma grande intuição e pode ser um adivinho esperto.

 

Vodun Becém – Dono do terreiro do Bogun, veste-se de branco e leva uma espada.

                         Becém é um nobre e generoso guerreiro, um tipo ambicioso, combativo de Oxumaré, menos afectado e menos superficial que Dan. 

                         Aido Wedo, também é uma qualidade de Oxumaré conhecida no Bogun.

 

Vodun Azaunodor – É o príncipe de branco que reside no Baobá, relacionado com os antepassados; come frutas e “leva tudo de dois”.

 

Vodun Frekuen – É o lado feminino de Oxumaré, representado pela Serpente mais venenosa.

                           O lado masculino de Oxumaré é geralmente representado pelo Arco-Íris.

 

O Orixá Oxumare possui ainda vários outros nomes na África como no Brasil, que como acontece com todos os outros Orixás, se referem a cidades, lendas ou cultos específicos de uma determinada região, e com isso ganha suas particularidades e costumes; alguns dessas outros nomes são:

 

Akemin, Botibonan, Besserin, Dakemin, Bafun, Makor, Arrolo, Danbale,Akotokuen, Kaforidan,Danjikú,Aido Wedo, Foken, Darrame, Averecy, Akoledura e Bakilá. Oxumare Araká é nome de uma mais antigas casas de candomblé na Bahia, o Ilê Axé Oxumare Araká.

 

 

DIA: Terça-feira

CORES: Amarelo e verde (ou preto) e todas as cores do arco-íris

SÍMBOLOS: Ebiri, serpente, círculo, bradjá.

ELEMENTOS: Céu e terra

DOMÍNIOS: Riqueza, vida longa, ciclos, movimentos constantes.

SAUDAÇÃO: A Run Boboi!!!

 

 

Oxumaré (Òsùmàrè) é o orixá de todos os movimentos, de todos os ciclos.

Se um dia Oxumaré perder suas forças o mundo acabará, porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante movimento.

 

Imaginem só o planeta Terra sem os movimentos de translação e rotação; imaginem uma estação do ano permanente, uma noite permanente, um dia permanente.

 

É preciso que a Terra não deixe de se movimentar, que após o dia venha a noite, que as estações do não se alterem, que o vapor das águas suba aos céus e caia novamente sobre a Terra em forma de chuva.

 

Oxumaré não pode ser esquecido, pois o fim dos ciclos é o fim do mundo.

 

Oxumaré mora no céu e vem à Terra visitar-nos através do arco-íris.

 

Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a unidade e a renovação do universo.
 

Filho de Nanã Buruku, Oxumaré é originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan.

 

Na região de Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens.

 

Teria sido um dos companheiros de Odudua por ocasião de sua chegada a Ifé.

 

Dizem que Oxumaré seria homem e mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele representa: o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida se perpetua. Oxumaré é um Orixá masculino.

 

Oxumaré é um deus ambíguo, duplo, que pertence à água e à terra, que é macho e fêmea.

 

Ele exprime a união de opostos, que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida.

 

Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no espírito).

 

Oxumaré mostra a necessidade do movimento da transformação.

 

Omulú é o irmão mais velho de Oxumaré, mas foi abandonado por sua mãe por ter nascido com o corpo coberto de chagas.

 

Em tempo, não se pode condenar Nanã por esse acto, já que era um costume, quase uma obrigação ritual da época, que se abandonassem as crianças nascidas com alguma deformidade.

 

O deus do destino disse a Nanã que ela teria outro filho, belíssimo, tão bonito quanto o arco-íris, mas que jamais ficaria junto dela.

 

Ele viveria no alto, percorreria o mundo sem parar. Nasceu Oxumaré.

 

Oxumaré que fica no céu
Controla a chuva que cai sobre a terra.
Chega à floresta e respira como o vento.
Pai venha até nós para que cresçamos e tenhamos longa vida.

 

Características dos filhos de Oxumaré

 

São pessoas que tendem à renovação e à mudança.

 

Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e buscando novas alternativas para o futuro, para cumprir seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes.

 

São magras.

 

Como as cobras possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar, mas ‘não enxergam’.

 

São pessoas que se prendem a valores materiais e adoram ostentar suas riquezas;

 

São orgulhosas, exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.
 

Extremamente activas e ágeis, estão sempre em movimento e acção, não podem parar.

 

São pessoas pacientes e obstinadas na luta pelos seus objectivos e não medem sacrifícios para alcançá-los.

 

A dualidade do orixá também se manifesta nos seus filhos, principalmente no que se refere às guinadas que dão nas suas vidas, que chegam a ser de 180 graus, indo de um extremo a outro sem a menor dificuldade.

 

Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumaré, o Grande Deus do Movimento.

 

Um lindo Itan sobre esse grande Orixá:

 

A grande Divindade do Arco-Íris era um reconhecido Babalawo (Pai do Segredo).

 

Diante de sua sapiência, prestava serviços somente ao Rei da cidade de Ifé, que de certa maneira o explorava de forma contumaz.

 

Para o Rei de Ifé, o fato de Òsùmàrè ser o seu Babalawo pessoal já era o grande pagamento pelos serviços que ele lhe prestara, afinal ele era o Rei e, muitos queriam estar no lugar de Òsùmàrè, razão pela qual dava pequenas esmolas ao sábio Babalawo, que em nada ajudavam em seu sustento.

 

Assim, mesmo sendo o Babalawo do Rei, Òsùmàrè estava passando por grandes dificuldades e já não conseguia sustentar a sua família.

 

Dessa forma, resolveu consultar Ifá (o oráculo sagrado) para outras pessoas e não somente para o Rei, assim ele conseguiria novamente poder oferecer uma vida melhor à sua esposa e filhos.

 

Contudo, o Rei de Ifé não aprovou o que Òsùmàrè estava fazendo e, solicitou que fosse ao seu palácio.

 

O Rei disse a Òsùmàrè que ele poderia estar feliz consultando Ifá para as outras pessoas, mas ele o Rei, estava insatisfeito e, por isso, não iria mais lhe “pagar” e não queria mais que ele fosse o seu Babalawo.

 

Òsùmàrè ficou desesperado, pois ele sabia que bastava uma ordem do Rei e ninguém iria procurar pelos seus serviços.

 

No mesmo dia a Divindade da Riqueza e Prosperidade Olokun Seniade, ordenou que todos os Babalawos da cidade fossem até o seu reino, para saber o que deveria fazer para ter filhos.

 

Apesar da grande experiência dos Babalawos que lá estavam, nenhum conseguiu responder à Olokun Seniade aquilo que tanto lhe tirava o sono.

 

No entanto, alguém lhe disse que Òsùmàrè, o Babalawo pessoal do Rei de Ifé não estava presente, recomendando-lhe que procurasse a ajuda dele por desencargo de consciência.

 

Assim Olokun Seniade o fez, ordenou à um mensageiro que fosse buscar Òsùmàrè no palácio do Rei de Ifé.

 

Chegando lá, o Rei afirmou que havia dispensado os serviços de Òsùmàrè, pois ele não lhe servia mais.

 

O mensageiro de Olokun Seniade percorreu às ruas de Ifé, perguntando por Òsùmàrè, até que finalmente ele o encontrou, o levando até o palácio de Olokun.

 

Chegando lá, Òsùmàrè consultou Ifá e disse para Olokun que teria filhos bonitos e fortes, mas que para isso, seria necessário realizar uma determinada oferenda.

 

Como forma de gratidão e agradecimento, Olokun convidou Òsùmàrè para ser o Babalawo do seu palácio, que ele seria reconhecido e valorizado pelo seu grande conhecimento.

 

Olokun presenteou Òsùmàrè com aquilo que tinha de mais precioso, as sementes do dinheiro (Owo Eyo – Búzios) e com um pano colorido.

 

Olokun Seniade disse à Òsùmàrè que, sempre que ele usasse aquele pano, as suas cores refletiriam no céu, nascendo dessa forma, o Arco-Íris.

 

Essa linda história ilustra algumas importantes lições, seja sobre nossas vidas, seja sobe as Divindades.

 

Mostra que apesar das dificuldades que parecem insolúveis, sempre existe a possibilidade de uma reviravolta em nossas vidas.

 

Mostra ainda a razão de o Arco-Íris representar o nosso Pai Òsùmàrè, bem como, a razão da utilização dos búzios por ele e seus filhos, um grande presente de Olokun.”

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