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INICIAÇÃO NO CANDOMBLÉ - 2

Iniciação No Candomblé - 2

 

Iniciação Ketu

 

 

Saidas dentro do ilé/ Terreiro e a festa de santo.

 

Vale ressaltar que dependendo de casa para casa, certas particularidades ocorrerão… Geralmente são 3 ou 4 saídas.

 

Saída Interna

 

Essa saída não é publica, participa dela somente os membros da religião e que pertencem ao Terreiro em questão.

 

1º Saída

A primeira saída é quando o iniciado saí pela primeira vez do Runcó e vai a público, esse recém iniciado está vestido de branco em homenagem à Oxalá. Traz na cabeça uma pena

 

vermelha (Ekódidé) e o Adoxú na cabeça. O Yawó está pintado de Efun (Bolinhas brancas pelo corpo) e sai acompanhado de todos os que ajudaram diretamente na feitura, os Ogans,

 

Ekedis, Pai e Mãe de santo, Pais e Mães pequenos…

 

Nessa saída o novato saudará com Paó a Porta, o atabaque, a Iyalorixá/Babalorixá e o Axé do Terreiro. Depois ele é recolhido novamente e muda de Roupa.

 

2º Saída

 

Nessa saída a roupa do Yawó é colorida em homenagem a nação que pertence e a todos os Orixás. A pintura dessa vez é feita com um pó azul chamado Wají, Branco Efún e vermelho

 

Osún.

 

Caso o Yawó seja do Orixá Oxalá (FUNFUN) a roupa não poderá ser colorida, permanecerá branca e a pintura colorida será um pouco mais discreta.

 

Nessa saída o Yawó dançará  e novamente é recolhido para o runcó. Nessa saída geralmente na nação angola, o iniciado saírá do Runcó com sangue de pombo e suas penas na cabeça.

 

Pois o Pombo representará uma vida nova e paz.

 

3º Saída

 

Essa é a saída mais esperada da festa, onde o Yawó dirá o Orunkó/Dijina que é o nome de inciado. Esse nome é o qual ele será chamado dentro da vida religiosa, sem falar que é único.

 

Nessa saída, é um momento de tensão para os sacerdotes e para todos que ajudaram nessa obrigação, pois alí o Orixá aceitará ou não a Feitura.

 

Nesse momento o Orixá dará um grito triunfal com o nome do iniciado e todos os yawós do ilé que tiverem menos de 7 anos de iniciados virarão com seus orixás.

 

Geralmente é escolhido um sacerdote de outra casa pra tirar o Orunkó. Esse escolhido perguntará 3 vezes o Orunkó, duas vezes baixo, onde o Orixá responderá no ouvido do que

 

perguntar e a terceira vez esse orixá gritará para que todos ouçam.

 

Depois desse fato o orixá ainda dançará um pouco e novamente é recolhido para o Runcó.

 

4º Saída

 

Essa é a ultima saída, Onde o Orixá sairá do Runcó com roupa de “Gala”, bem vestido e com instrumentos característicos do orixá e sua qualidade.

 

Nessa saída todos cantarão para esse orixá, fazendo homenagens e a danças. O Orixá dançará bastante com intenção de dar axé a todos os presentes.

 

Por ultimo é cantado para Oxalá, onde geralmente todos virarão no orixá, principalmente se o proprio Oxalá virar e as saídas públicas acabam.

 

O Banquete

 

Esse momento é muito particular de casa para casa, esse banquete consiste em comidas em fartura para cada orixá. Terá comida que represente todos os orixás.

 

Esse banquete será servido para as pessoas do terreiro, ou seja, será uma cerimonia interna. nesse momento todos comerão dessa comida, pois o orixá divide seu alimento com todos.

 

A maior característica desse ritual é a fartura, pois se come bastante, com intuito de que ninguém deixe de apreciar a comida.

 

Tem Pipoca, Acarajé, Canjica, Cabrito…

 

Porém a Festa de comemoração está em outra etapa.

 

A Festa

 

A festa não se trata de um ritual, pois todos participam incluindo o povo de fora. Nessa festá é comemorado o sucesso da iniciação.

 

Tem bastante comida, bebida (Algumas casas proibem alcool)e diversão.

 

O Urupín

 

Esse ritual é feito em outro dia nesse terreiro, é um ritual  interno. As luzes são apagadas e é permitido apenas luz de vela.

 

Começa então um cantigo leve e tristonho dentro do terreiro. Assim, acompanhado do Bàbálorixá/Iyalorixá e dos mais velhos, esse Yawó trará um balaio ou alguidá aberto com pano

 

branco e dentro  objetos, comida ritual e o cabelo raspado. esse balaio estará enfeitado com flores e mariwó.

 

Esse ritual é chamado de Carrego de Urupín. Após esse ritual o Yawó ainda passará um tempo no terreiro, esse tempo será posto pelo Jogo de búzios, depois de cumprir esse tempo ele é entregue a familia carnal.

 

Panã

 

Após um periodo de transe e resguardo do mundo externo, ainda com movimentos lentos, o Yawó precisa passar pelo rito do Panã. Esse é um ritual representativo, nele o novo iniciado

 

reaprende a fazer coisas comuns do dia-a-dia, como passar roupa, limpar a casa, lavar louça, costurar etc…

 

É um ritual divertido, onde todos do terreiro participam, onde se ensina novamente ao inciado certas coisas que ele por sí já aprendeu.

 

Observação:

 

Durante as saídas de Yawó, grande parte o novato estara em transe, ou seja, Virado no Orixá.

 

O que acontece após o ritual já comprido da feitura.

 

Após voltar a vida cotidiana e carnal, o Yawó, ainda terá que cumprir um certo tempo de preceitos e estar usando Kele e Contra Eguns. Sempre vestido de branco.

 

Esses preceitos variam de casa para casa e as vezes mudam conforme o Orixá iniciado, muitas partes dos preceito é obtido com conversa e através dos Búzios.

 

Esse período é sem dúvida o mais difícil, pois a volta para a vida cotidiana como o trabalho.

 

Como trabalhar, ir á escola, ao supermercado, buscar o filho na creche, se estando em limitações.

 

Pensando nisso, e com a evolução da religião, esse novato poderá usar o uniforme de trabalho, usar um adorno na cabeça e aos poucos retomar uma vida normal. Terá problemas na

 

hora da refeição, pois não poderá entrar em bares e restaurantes, ainda não pode brigar e se aborrecer.

 

Mas restrições ou Ewós ainda permanecerão, do tipo bebidas alcoolicas, pular carnaval, andar no frio sem proteção na cabeça, tomar banho de mar etc…

 

Após tres meses assim, acontece uma festa chamada Queda de Kelê, onde boa parte dos preceitos se romperão.

 

As Obrigações

 

Após a saída de Yawó, com o passar do tempo o Iniciado cumprirá outras obrigações que servem para renovar os votos da religião.

 

São essas Obrigações:

 

Obrigação de 1 ano (Odueta/ Odúkini): Nesse ritual, acabará todo os preceitos de Yawó, nessa festa é entregue oferendas, flores, comida ritual…

 

Obrigação de 3 anos (Odúetá): Essa obrigação é considerada uma confirmação de votos, estará autorizado a receber seu Juntó (Segundo Orixá) e já pode ser graduado no Terreiro.

 

Poderá também usar fios de contas um pouco mais enfeitado com Seguis e Brajás.

 

Obrigação de 7 anos (Oduijé): Todos os iniciados tomam essa obrigação, nela o iniciado passará a ser um adulto na religião, ele será um Egbomí.

 

Poderá receber cargo no terreiro ou ter seu próprio terreiro, tudo dependerá do destino e dos búzios.

 

Nessa festa é entregue ao Egbomí seus materiais necessários como navalha, obí, búzios… Lembrando que nem todas as pessoas podem ser um Zelador de santo e abrir sua própria

 

casa de santo. Não basta ter 7 anos, é preciso ser capacitado.

 

Quando a pessoa passar pelo ritual de Deká ou Oye, receberá uma cuia autorizando a ser Babalorixá ou Iyalorixa, se o Orixá colocar a cuia no chão é sinal de que ele negou.

 

OIYE – quer dizer titulo independência, são pessoas que já tomaram seus sete anos e necessitam de um TITULO dado pelo seu babalorixá, para ser independente e Zelador(a) de

 

Orixás, sacerdocio esse Oye pode ser também um cargo na casa do babalorixá onde fez a obrigação.

 

DEKA – é autorização (direitos) de conduzir a sua própria casa de Candomblé, atendimento de seus adeptos e consulentes, jogar búzios, tirar ebós e iniciar pessoas no Orixá, ou Vodum

 

dependendo da nação etc.. Na nação Jeje receberá um Hunjebé é o Titulo de sacerdócio exclusivo da nação Jeje e um amuleto do Egbomí, é o diploma dado pelo Vodun para dar

 

continuidade do aprendizado dos fundamentos dos Voduns.

 

Ainda existe as obrigações de 14 e 21 anos que servem para renovar sacerdócio.

 

Iniciação/ Feitura de Ogans e Ekedis. Não é tão diferente, pode ser visto com olhos diferenciados.

 

Visto que Ogan e Ekedi não é inciado como Yawó, pois já tem 7 anos após inciados e são considerados Sacerdotes (Bàbás e Iyás).

 

São geralmente pessoas escolhidas pelo Bàbálorixa/Iyalorixá ou pelo Orixá da casa, primeiramente são supensos/levantados e após isso já devem se preparar para iniciação.

 

Visto que esses cargos não entram em transe, passarão pelos preceitos de um Yawó até certo tempo. Como por exemplo o tempo de Kelê não é de 3 meses, é apenas 21. Tem casa que

 

esse período é cumprido na Roça.

 

Será necessario ver qual orixá trará o Orunkó desses cargos, visto que não entram em transe. Pode ser o Orixá que os levantou.

 

Passarão pelo mesmo processo de raspagem, terá curas feitas e assentamentos, muitas das vezes até mais asssentamento que um Yawó, sacrificios, banhos…

 

Dentro do Runcó, além de aprender o que um Yawó aprende, esses cargos ainda devem ter que aprender o oficio dos seus cargos. Exemplo, ekedi a usar adjá e Ogan a Eborizar um

 

atabaque. Aprendem bastante coisas dentro do Runcó.

 

A saída pública desses cargos também são diferenciadas, tem a saída de branco em homenagem á Oxalá, em que se saúda os Axés da casa.

 

Depois uma saida onde virá o Orunkó, onde todos Yawós Viram em seus Orixás.

 

Depois a saída onde receberá seu posto no terreiro. Recebe o seu cargo e os instrumentos necessários para esse desempenho (Exemplo: Axogun recebe Faca, Búzios, Obí…),  um

 

sapato, A Iyá/ Bàbá apresenta o iniciado aos presentes, etc… esse Iniciado, dançará com seus orixá (Virados em outra pessoa), dando e recebendo axé da casa.

 

Para finalizar, O Iniciado Ogan ou Ekedi sentarão em uma cadeira junto com seu Orixá ou a Bàbálorixa/Iyalorixá e receberá as homenagens dos presentes no terreiro.

 

Todos irão comprimentar o iniciado. Ao final canta-se para oxalá.

 

Tudo isso varia de casa para casa.

 

O Ogan e a Ekedi mesmo já tendo 7 anos, ainda devem cumprir as outras obrigações de 1, 3, 7… (Anos).

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